De Pamplona a Puente la Reina - 23,5 Km
A Santiago: 706 km
Domingo, 16 de Setembro de 2001
Acordei muito cedo no Hostal Navarra, em torno das 5h. Fui para a mesa fazer anotações, com auxílio da lanterna da Julinha para não atrapalhar o Ricardo, que dormia profundamente. Acabei
as anotações e fui de volta para a cama, por volta das 6h30min, dando mais uma cochilada.
Saímos do Hostal por volta das 8h30min, tomamos café em um bar da avenida por onde passa o Caminho de Santiago, onde encontramos
uma jovem alemã, que falava bem o francês e fazia o caminho inverso. Ensinamos-lhe o caminho até o "casco viejo" de Pamplona.
A caminhada foi bastante agradável. Domingo, assisti parte da missa em Zarátegui, na subida
do Monte del Perdón, com suas torres eólicas e seu monumento ao peregrino. Encontramos alguns ciclistas, que também subiam. Um velho atencioso nos deu interessante dica de como melhor enfrentar o Monte, que nos foi muito proveitosa.
Renovamos
a água na bica pública, que devia ter mais de dois mil anos, como costumava dizer o Nelson Rodrigues. Vencemos o Perdón, paramos no monumento ao peregrino e iniciamos a descida. Na simpática Uterga paramos e tivemos uma das
mais significativas amostras das rotinas populares, muita gente do vilarejo reunida no bar. Tirei fotos, tomamos vinho da terra, acompanhado de azeitonas, única coisa para comer além de salgadinhos.
Feitos registros
fotográficos, deixada Uterga, passamos por Muruzábal e Obanos, com suas igrejas fortalezas, prédios que na idade média tinham destinação não só religiosa, mas também militar. Em Obanos, alguns rapazes e moças com ar domingueiro
nos ensinaram, e um deles até nos acompanhou, a saída para Santa Maria de Eunate, onde chegamos muito cansados. Depois seguimos pela carreteira, sem voltar a Obanos, até Puente la Reina.
À noite jantamos no Restaurante
Lorca que um rapaz nos havia indicado no Alto do Perdón. Esse rapaz é morador da região e passeava pelas montanhas com sua filha Paola, mais ou menos dois anos, ao pescoço. O jantar no Lorca foi ótimo: filé de terneira como
segundo prato, e primeiro prato uma paelha para o Ricardo e um para mim uma salada. Da paelha do meu amigo salvei duas conchinhas do mar Cantábrico para a Julinha.