De Logroño a Nájera - 29 Km
A Santiago: 612 km
Quinta-feira, 20 de Setembro de 2001
Ricardo me pedira que o acordasse quando estivesse me preparando para sair. Acordamos na mesma hora. Levantamos, juntamos as tralhas e saímos para tomar café, sendo que antes tiramos
fotos na frente da Catedral S. Sra. La Redonda, auxiliados por um operário que estava ali defronte o templo. No papo, ficamos sabendo que era romeno, tinha família em sua Pátria, inclusive uma filhinha de 7 anos. Não via a
hora de visitar a família, o que deverá acontecer no Natal. Referiu que na Romênia era algo como mecânico de "coches" e borracheiro e em Logroño estava na construção civil. Ficou feliz de poder fazer registro fotográfico para
dois brasileiros.
Em seguida, tomamos café em cafeteria muito bonita. Nos despedimos Ricardo e eu muito emocionadamente com promessas de manter contato. Cada um seguiu para um lado de Logroño. Peguei a rota do peregrino
e caminhei num ritmo como nunca até então. A caminhada foi muito boa e rendeu. Passei pelo bonito Parque La Grajera, onde tirei fotografia. Parei para descansar e visitar a antiga igreja de Navarrete. Sempre muitas frutas no
caminho. Encontrei as duas irmãs brasileiras, Cristina e Teresa, que moram na Suíça. Me convidaram para comer pêras tiradas de uma pereira à beira da estrada perto de vestígios de um antigo hospital de Peregrinos, do Século
XII. Próximo a Ventosa parei para descansar de novo, fiz um lanche e toquei direto para Nájera. Pouco antes de Nájera encontrei um pastor com suas ovelhas e cachorros, don Basílio Fernandez. Conversei um pouco com ele. Me falou
dos muitos brasileiros que vê no caminho, e tirei fotos.
Logo adiante voltei a encontrar Cristina e Teresa, que me convidaram com castanha. Aceitei uma prova. Estava escutando rádio para melhorar meu espanhol, e Teresa
brincou comigo que eu não podia ficar longe do Tchan.
Depois de entrar na cidade, a rota do peregrino é longa e se demora a alcançar o albergue. Descansei um pouco, tomei banho, lavei roupas e fui visitar o imponente
e impressionante Monastério de Sta. Maria La Real, ao som ao vivo do canto gregoriano dos monges. �� medievo puro. Adquiri um guia de visita ao Monastério onde repousam muitos dos reis, rainhas e príncipes do antigo reino da
Navarra.
Muito cansado, fui fazer compra da comida para o dia seguinte e me dirigi ao Mezón de la Amistad, indicado pelo hospitaleiro do refúgio de Nájera. Comida e vinho excelentes. Fui o primeiro a chegar para comer.
Estava quase terminando quando chegaram as brasileiro-suiças Cristina e Teresa. Sentaram à minha mesa e a conversa transcorreu alegre e leve. São simples e simpáticas essas conterrâneas brasileiras com sua vida organizada na
Suíça. Teresa falou-me que seu filho de 10 anos costuma viajar sozinho por boa parte da Europa e é comum ir e vir sozinho dos USA.