De Lourdes a Santiago de Compostela

por  OSWALDO BUZZO

Santiago - 3


No domingo à tarde fui ao cinema assistir a um filme épico. Ao adentrar no salão, verifiquei que no centro da platéia havia quatro filas lotadas, e o resto do ambiente estava vazio. Porque será que os espectadores não se espalhavam, perguntei? Porque eram cadeiras numeradas, e a venda de ingressos obedece rigorosamente à ordem da numeração, explicou-me, um jovem simpático.

Mesmo assim, sentei numa poltrona afastada, e logo fui abordado pelo vigilante “lanterninha”, que ao conferir o número do meu ingresso, disse que meu lugar estava reservado junto ao grupo. E lá fiquei, mesmo à contragosto, até o final da exibição. Embora saiba que tais peculiaridades decorrem de hábitos e costumes seculares, arraigados pelo povo nativo. Naturalmente, de difícil assimilação ou entendimento, de pronto, por nós brasileiros.

Aliás, se pararmos um pouco para pensar, o que nem sempre acontece, verificaremos que em alguns assuntos, os espanhóis, embora em alguns momentos sejam um tanto rudes e teimosos, são os reis da objetividade, os mestres do pensamento racional e conclusivo. Até em pequenos hábitos são cartesianos e, sem querer fazer média, sempre me acolheram com fidalguia.

E tem mais:

E tem muito mais ainda...