Caminho de Santiago a cavalo

por  MACHADINHO

Cuidados com o animal

Em meio a um pueblo, sol a pino, só mais 5 km!

Como não se dispõe de cavalo de tiro (reposição) a montaria constitui-se no centro de nossas melhores atenções.

Pela manhã, levar o animal a água, permitindo que se movimente e dê algumas bocadas no pasto. Antes de encilhar, deve ser rigorosamente limpo todo o seu corpo, especialmente o lombo (usar escova macia de borracha); retirar carrapichos e semente aderidos às crinas e à cauda; o enxergão, após examinado, deve ser sacudido para retirar impurezas nele aderidas.

Ao desencilhar, mesmo que não apresente suor aparente (a umidade do ar é baixa e a evaporação quase instantânea), deve-se tomar o cuidado de lavar suavemente o lombo, arrepiando-lhe os pelos para que sequem. Após, à soga, permitir que se rebolque em solo macio, isento de pedras ou troncos. Essa atividade instintiva é reconfortante, equivalendo a uma auto-massagem.

Especial cuidado deve ser observado enquanto o animal pasta à soga, pois é comum enredar as mãos ou as patas na corda, assando-se ou cortando-se nos machins ao tentar desvencilhar-se. É conveniente, após amarrar a ponta da soga em lugar seguro para que não escape, passar o seio da mesma, a uns dois ou três metros em uma pequena estaca ou arbusto frágil, os quais cedem, ao primeiro safanão, chamando a atenção do ginete. Por precaução, em caso de afastamento do cavaleiro o animal deve permanecer atado curto e alto.

As pessoas, em especial as crianças, sentem-se atraídas pelos animais, querendo tocá-los ou fazer-lhes carícias. Nessa situação deve-se cuidar para que não se aproximem das patas (coices) ou mesmo das mãos, enquanto manoteiam às moscas.

Há grande quantidade de moscas nalguns trechos do caminho, verdadeiras nuvens, que deixam o animal muito inquieto.