Caminho de Santiago a cavalo

por  MACHADINHO

Alimentação e Forragem

A travessia da extensa ponte sobre o rio Miño, o qual divide Espanha e Portugal, cerca de 150 km adiante. Só 92km para Santiago!

Deixo de fazer referência mais detalhada à alimentação humana, posto que farta, saborosa, peculiar e, além disso, com preço acessível, pois uma refeição, acompanhada de bebida (vinho, cerveja ou refrigerante), sobremesa e cafezinho ou chá, atinge, segundo o porte do pueblo ou cidade e a sofisticação do restaurante, um valor em torno de R$ 10,00 a R$ 15,00, ou seja de 900,00 a 1.500,00pta, não influindo se os pratos forem a base de carne vacum, suína, ovina, de aves, de peixes ou de frutos do mar, mesmo aqueles que, para nós são considerados nobres (lulas, polvo, camarão, lagosta, mexilhões, caranguejos, etc.).

Quanto à forragem, também não oferece preocupações maiores, visto que ao longo de quase toda a trilha, por não haverem animais herbívoros soltos, a vegetação é muito abundante e de ótima qualidade nutritiva.

Encontram-se, sempre viçosas, a aveia nativa (aveia louca), a cevada, o azevém, o triguilho, o trevo, las melgas (para nós, a alfafa nativa) e muitos outros pastos.

Além disso, de maio a setembro as lavouras estão todas cultivadas e como o Camino, nas mais das vezes, as corta literalmente, basta apear e retirar o freio para que o animal possa pastar livremente, sem adentrá-las.

Algumas poucas bocadas nos cereais maduros não chegam a causar dano às culturas ibéricas!

À noite, como a prudência exige, o cavalo deve permanecer atado alto, para não enredar-se, sendo suficiente cortar-se com a faca campeira, bem próximo às espigas, um bom feixe desses cereais, tarefa essa prazerosa ao bom cavaleiro e que demanda poucos minutos.