Caminho de Santiago a cavalo

por  MACHADINHO

As Encilhas

No Castillo de los Templarios, em Ponferrada

Embora o tipo e os componentes das encilhas variem de região para região, até em função de sua finalidade, devem ser elas objeto do maior cuidado, compostas de peças em bom estado, macias, leves e resistentes. Particularmente, utilizei a encilha campeira gaúcha (enxergão, carona de couro, bastos, cincha, com peiteira e rabicho, um pelego de lã farta e sobrecincha). Em qualquer caso é indispensável o uso, sob a cabeçada do freio, de buçal e cabresto, além de corda macia, de uns dez metros, para soga.

O uso de sela, impõe cuidado redobrado com o enxergão, eis que esse tipo de arreio se apoia sobre menor extensão lombar, podendo ocasionar com mais freqüência assaduras ou mataduras.

Quanto ao freio, sempre que possível, recomendo adquirir o usual da região, por ocasião da compra do animal. Na impossibilidade, usar freio de capela baixa.

Considerando-se, por óbvio, que na peregrinação a cavalo, a mochila tradicional constitui-se numa aberração, todos os pertences devem ser acondicionados em alforje de couro ou de lona, com capacidade de 15 a 20 litros de cada lado, podendo, ainda, utilizar-se, sobre este, a tradicional mala do poncho ou capa para chuva, onde além de um destes, poderá ser acondicionado o saco de dormir. Todo esse equipamento e mais a encilha não devem ultrapassar de trinta quilos.