por MACHADINHO
Capítulo:
Para o peregrino ginete há acomodação em qualquer lugar. São mais de duzentos albergues ao longo do percurso, sem falar em hotéis e pousadas, dos mais modestos aos imponentes cinco estrelas, que ultrapassam ao milhar.
Contudo,
o que importa é acomodar e acomodar bem (com segurança) a montaria. Embora raros, alguns pontos de pernoite contam com estábulos: El Acebo, O Cebreiro e Santa Irene. Noutros poucos, pode-se acomodar a montaria em terrenos de campings
(Estella e Carrión de los Condes); em Sahagún, nas baias da plaza de toros; em Belorado, El Burgo Raneros e Villafranca del Bierzo, os albergueiros conseguem acomodação para o cavalo; em Castrojeriz (Hostal El Mesón), em Rente
(Casa Rural) e em Castañeda (Bar Ultramarinos), os proprietários conseguem acomodação em estrebarias ou pequenas áreas com pasto; e em Castrillo de los Polvazares, a um quilômetro adiante do pueblo, à direita, na hípica do señor
Fernando, é só desencilhar e entregar o animal que, por 1.500,00pta, é banhado, fornecem o pasto e duas porções de ração, ficando responsáveis pelas encilhas. O cavaleiro pode voltar e hospedar-se na vila (Hostal Cuca la Vaina,
ótima pousada, 2.300,00pta).
Os demais pernoites deram-se, ao relento, debaixo de pontes; ao lado de casas ou castelos abandonados; em meio a bosques; em galpões ou depósitos de implementos agrícolas e lugares assemelhados,
onde haja boa água e pasto, bastando que o ginete tome a precaução de comprar o fiambre para a noite e a manhã seguinte. Jamais fui molestado ou inquirido em qualquer de todos os lugares em que pernoitei ao relento.
Vale
registrar-se que, em todo o Camino, o peregrino é alvo de elevada admiração e muito respeito (fazendo-se respeitar, é óbvio).
Senti que essas deferências foram mais significativas pelo fato de estar fazendo a peregrinação
a cavalo, o que, sem dúvida, constitui-se em algo fora dos padrões normais atualmente.