A subida dos Pirineus é uma parte difícil para a maioria dos peregrinos. Cometí uma série de erros que valem a pena serem
relatados.
Iniciei a caminhada as 8:00 horas da manhã em Saint Jean a uma temperatura de zero graus. Daí deduzi que a temperatura nas partes mais altas dos Pirineus estivesse pelo menos a uns dez graus negativos. Inteligentemente
agasalhei-me com uma camiseta, camisa, blusa de lã e uma jaqueta de couro!
Não esquecí das provisões; pão, um queijo de 1,5 kg, uvas passa, duas barras de chocolate e 1 litro de água.
Nos primeiros quilômetros,
extasiado com a paisagem, parava a todo instante para fotografar e admirar tudo aquílo.
Após algumas horas, minha mochila, que sem as provisões pesava 14 kg, foi se tornando cada vez mais pesada. Até a pochete começou
a incomodar! Sempre que trocava de mão o cajado, a água proveniente da transpiração jorrava através do punho da manga. Um pouco antes da Estatua da Virgem tirei minha jaqueta de couro e por lá a deixei. Hoje tavez esteja sendo
usada por alguma ovelha desgarrada! Mais alguns quilômetros foi a vez do queijo retornar à França rodando trilha abaixo. Em seguida, minha água acabou.
Cansaço, ar seco e rarefeito, boca seca, transpirando muito e sem
água! O que mais me atormentava éra a possibilidade de encontrar alguma fonte
de água e não poder beber devido a uma das recomendações de Madame Debrill; não beber água dos Pirineus em hipótese alguma!